30 de outubro de 2011

A Roda do Ano na Amazônia


Os pagãos paraenses, seja da wicca ou do druidismo (pois ambas tradições celebram - a sua maneira - os festivais da roda do ano e as estações) costumam celebrar os festivais seguindo a roda norte (hemisfério norte), enquanto que no restante do Brasil a grande maioria dos pagãos seguem a roda sul (hemisfério sul). Ou seja, enquanto que aqui estamos próximos de Samhain, para as outras regiões brasileiras é o Beltane.  E isso acarreta uma certa confusão entre os druidistas de outras regiões, que, realmente, só vivendo na Amazônia para entender o sentido de "estações indefinidas" que existe aqui. Na verdade, as estações são indefinidas simplesmente por não se enquadrarem no modelo de "primavera, verão, outono, inverno".


Sabe-se muito bem que na região amazônica existe o Inverno, que para nós é a época das chuvas fortes e enchente dos rios, e o Verão, poucas chuvas e seca dos rios. E é isso. O ano é marcado por esses dois momentos. Inverno, que vai de novembro a abril. E verão, de junho a outubro. O sol e o calor (e que calor rs) acompanham essas estações  zelosamente, raras vezes o clima fica mais "friozinho" quando acontece de amanhecer e permanecer o dia inteiro com chuva. É por isso que costuma-se pensar a Amazônia, e no caso a cidade de Belém (a qual nos situamos), como sendo de fato a terra do eterno verão.
Ao nos aproximarmos do mês de novembro é perceptível o aumento das chuvas na região, o que dá uma cara de inverno, o inverno amazônico. Respeitando essa dinâmica das estações na Amazônia e considerando a das regiões célticas, é que celebramos os ritos da roda do ano em seu período tradicional, seguindo o hemisfério norte.

Assim, Samhain (festival que marca o fim do verão, fim e início de um ciclo e homenagem aos ancestrais) é celebrado geralmente entre os dias 30 e 2 de novembro; Imbolc (primeiro indício da primavera, rito de purificação e fertilidade) em 1 ou 2 de fevereiro; Beltane (início do verão, rito de fertilidade e prosperidade) em 30 e 1 de maio; e Lughnasadh (festival da colheita, início do outono, ritos e jogos em honra a Lugh e a Tailtiu) em 1 ou 2 de agosto. Esses festivais sagrados são marcados não só pelos aspectos temporais, climáticos, relativos aos ciclos da Natureza, mas também por aspectos míticos, simbólicos, atemporais, relativos aos ciclos de nossa vida (interior e exterior, subjetiva e objetiva, espiritual e material).
Seja celebrando pela roda norte ou sul, os aspectos simbólicos, espirituais, enfim, a essência desses festivais é que deve ser ressaltada. E é isso que importa. Celebrar, harmonizar, honrar, curar, amar, Viver...!

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