18 de dezembro de 2014

Uma história para as noites de Inverno

(por Heron, tradução de Renata Gueiros. Original em inglês: http://www.dunbrython.org/a-story-for-winternights.html)


Ela chegou uma noite com um bando de fantasmas, quando o vento já tinha levado as folhas das árvores e a casa estava trancada contra o escuro, e o fogo estava alto na velha grelha, e havia um banquete sobre a mesa. Os cães dos mortos correram ao redor dos muros e a forma cinza do crânio de um cavalo apareceu no escuro, através das vidraças de chumbo na qual nenhuma cortina se pendurava em oposição à noite. E veio a noite. Uma mão violenta bateu na porta e uma rima foi falada:

Se ao igualar a rima falhar
Deixe-nos para os bolos e a cerveja entrar 

O vento assobiou e os cães uivaram, e a noite estava nos corações de todos no aposento. E eles sabiam que deviam responder. Então, Gareth ergueu-se de onde cuidava do fogo, atravessou para a porta, e disse:

Até que os ponteiros do relógio se encontrem
Seus poderes em Annwn permanecem;
Vão-se daqui, atormentar outros corações
Cedo demais chegaram seus cães.

O vento ainda assobiou, mas era agora o único som. Então houve silêncio, seguido de sorrisos e suspiros de alívio na antiga casa da fazenda no alto da colina selvagem do campo, onde as estradas são poucas e as casas mais ainda. Mas o rosto de Gareth ainda estava sério. "Ainda não acabou", disse ele, "eles retornarão à meia noite e se não pudermos igualar rima por rima eles estarão dentro da casa em volta da mesa, e o banquete será deles". "Mas o que...?" disse Eleri, sua voz tremendo entre a fascinação e o medo, "...o que era aquela forma de uma cabeça de cavalo na janela?"

"Silêncio criança" disse sua mãe, sem querer falar de tais coisas naquela noite. Mas Gareth disse, "Se queremos manter esta casa intacta na noite de hoje, todos temos que estar preparados para os poderes que vamos encarar."

Ele sentou na cadeira junto à lareira e ficou em silêncio por um tempo, porém os outros sabiam que ele estava pensando profundamente. Nesse meio tempo, Rhiannon foi ao fogo, ajoelhou-se em frente às chamas, e disse suavemente as bênçãos da lareira e rezou para que todos estivessem bem e a salvo naquela noite. Quando terminou, ela acenou para que os outros se juntassem a ela. Eles sentaram em volta da lareira, e aguardaram. Gareth falou dos poderes da noite e do divertimento dos mortos, apesar de outros dizerem que eles jamais tenham vivido. Mas quem quer que fossem eles vinham com uma matilha de cães e muitas rimas, e apenas uma rima poderia mantê-los fora. Quando eles vinham, também vinha a Mari – a Cinzenta Égua da Noite – e apenas ela pode dizer as rimas com as quais se deve igualar. Então Rhiannon foi até a estante, tirou um livro e começou a ler a história de sua homônima. Havia uma penitência: ela deveria carregar em suas costas qualquer um que chegasse a ela no bloco de descida do cavalo, o qual ficava do lado de fora do portão de sua corte, e que ela precisava carregar até o interior. Rhiannon abaixou o livro e disse: "Por ela cujo nome carrego, e por meu lugar nesta casa, eu irei e farei nossa paz com a noite".

Subiu as escadas e tirou o vestido que estava usando para o banquete, e qualquer outra peça de roupa e ornamento, a não ser pelo colar de coisas acumuladas em mais de treze luas, muitos anos atrás. Ela envolveu o corpo nu em uma capa negra, desceu as escadas e pela segunda vez naquela noite ela se ajoelhou defronte ao fogo e pediu uma bênção de Bride na lareira deles. Então, virou-se para Gareth e eles trocaram algumas palavras antes de se abraçarem. Após isso ela tirou o ferrolho da porta e saiu para adentrar a noite. Logo estava vagando através da bruma cinza, e de lá veio uma forma que era ainda mais cinza. Rhiannon parou e falou para a forma, mas a forma não respondeu. Então Rhiannon se desfez da capa negra, tirou seu colar e o mostrou para a figura diante dela. A figura tornou-se clara, porém brilhou como uma velha lua num céu aquoso: era uma égua idosa carregando uma velha mulher em uma mortalha preta. E a mulher disse "Você fez bem em se desfazer daquela capa, minha querida", e Rhiannon reconheceu a capa como a mortalha nas costas da mulher. "Não vai agora dar um descanso para minha égua?" ela suspirou, acariciando a cinzenta cabeça fantasmagórica abaixo dela. "Com prazer", disse Rhiannon, “eu a carregarei para onde quer que deseje ir”. Então a velha mulher foi até ela e a abraçou, e a chuva sacudiu as árvores, e o vento soprou para longe suas lágrimas, e a bruma cinza clareou, e havia apenas a escuridão.

À medida que Rhiannon vagueava através da escuridão, desesperadamente perdida, uma linha da história que ela tinha lido mais cedo naquela noite correu sua mente: "Mas era casual que permitissem que fossem carregados." Enquanto ela se lembrava disso a lua minguante brilhou através de uma brecha nas nuvens e ela reconheceu um pequeno bosque de árvores, o qual ficava próximo à casa da fazenda. Logo ela podia ver a luz quente do fogo e as lamparinas aparecendo pelas janelas. Ela chegou à casa despida, molhada e salpicada de lama. Os outros pareciam preocupados enquanto ela passava pela porta. Porém, sem parar para se esquentar ou explicar o que tinha acontecido, ela pôs um casaco e levou cada um deles para fora da casa, um de cada vez, e fez com que aprendessem um verso com ela, enquanto o vento cantava em volta de seus ouvidos. Gareth era sábio em conhecimento e aprendizado e fez seu verso com pouca ajuda, mas com o firme aperto da mão de Rhiannon na sua. No entanto, os outros tinham medo da noite sobre eles, e tinham de ser mantidos longa e proximamente antes do verso chegar, e Eleri ela segurou mais próximo de que todos os outros, enquanto criava as palavras que tinha de dizer.

Finalmente terminara, e a porta estava trancada e o fogo ganhou altura, e todos estavam aquecidos em volta da lareira. Bride estava com eles e os inspirava, e o fogo brilhava mais quente que o ataque da meia noite. Então veio a batida na porta e a cantoria das rimas, e Gareth replicou primeiro como tinha feito antes. Um por um seus nomes foram chamados por vozes fantasmagóricas do escuro da noite, e um por um eles disseram suas rimas em resposta, até que, por último, veio a vez de Rhiannon. A voz na noite disse:

Rhiannon Williams venha à porta
Podemos ouvir o tinido da garrafa.
Você aí no chão nos apreciaria
E tomar sua comida e bebida.

Rhiannon não respondeu imediatamente, mas tirou das dobras de seu vestido o colar que ela não tinha colocado novamente em volta de seu pescoço desde que o tinha oferecido à velha mulher na bruma. As treze peças permaneciam como antes, mas agora estavam amarradas no comprimento de uma fina gaze esverdeada. Ela o segurou diante de si, e o ergueu por sobre sua cabeça. Então ela disse esse verso:

Pelo poder da Lua minguante
Eu ordeno que tomem vôo,
Em nome da Rainha de Annwn
Vão agora para a escura e profunda noite.

E enquanto ela colocava o colar em volta de seu pescoço mais uma vez, o som dos cães uivantes desapareceu na distância, e até mesmo o vento tinha parado.

O fogo resplandeceu no momento em que ela retornava para a lareira e reunia todos à sua volta para um abraço, e eles agradeceram a Bride por seu calor e luz, pela firme compreensão dos versos, e pelo amor que compartilharam. O banquete foi alegre e confortável foi a cama por toda a noite, apesar do vento frio ter soprado lá fora através das árvores nuas, e haver um severo inverno à frente.

30 de novembro de 2014

Amazônia (poema de Manoel de Andrade)


Antes da pátria, eras úmida promessa…
semente primordial
árvore mãe
planta continental
arvoredo, floresta, selva palpitante.
Hoje canto tua vertical beleza
o mogno gigantesco, sua estatura secular
seu colossal diâmetro
canto essa caudalosa geografia
essa multidão de vidas que sustentas
canto o itinerário sazonal da seiva
e essa infinita linfa…
parto de infinitas criaturas.
Canto teu verde planetário
e no teu imenso respirar,
canto o nosso pão de oxigênio…
Canto a ti… Amazônia
bosque inquietante da esperança…
e eis porque denuncio esse machado cruel sobre teu peito…
essa fruta milenar, dia a dia devorada.

Antes da grande nação…já eras tu…
a nação primogênita
filha dos filhos da mata.
A infância da pátria foste tu,
sílaba aborígine, idioma tupi
cerâmica, canoa e tacape
ritual, dança e canção.
Foste tu a raiz, sangue ameríndio
o parto da nacionalidade.
Hoje canto os povos da floresta
e o desencanto dessa memória esquecida.
Falo de sobreviventes
de tribos desgarradas
de aldeias tristes
de sonhos desmatados
de segredos e tradições pirateadas
das águas lavadas na bateia do mercúrio.

Amazônia….Amazônia…
quem deterá o teu martírio
uma vida tão diversa num adverso viver…
Falo dos teus hectares de sangue
da lâmina cruel, da pira ardente
dessa cartilha de serras, rifles e archotes
dessa morte plural
na diversidade de aves e primatas
roedores, felinos e serpentes.
Falo de uma terra de cepos
de raízes degoladas
de caules retalhados
de castanheiras preservadas… a morrer de solidão.
Falo da linha negra do fogo
e desse cemitério de troncos defumados.

Falo da floresta sitiada
por uma legião de máquinas assassinas
falo de estradas e picadas clandestinas
de súbitas clareiras
desse assalto interminável… lento e invisível.
Falo de grileiros, posseiros, garimpeiros, bandoleiros
e de terras demarcadas sob a mira das pistolas.
Falo de dragas e crateras
das águas manchadas e dos rios estropiados.
Falo da vida degradada pelas pastagens da ambição.

Amazônia…Amazônia…
com que verde vestiremos nosso mapa
acuados pelo apetite voraz das motosserras,
por uma fronteira incinerante que avança insaciável.
Acuados pelo gatilho mercenário da violência
e pelo estigma oficial da impunidade.

Passo a passo e esse avizinhar-se do colapso…
quantos fóruns se abrirão para “resolver” essa tragédia!?
Crimes silenciados na cumplicidade regional dos gabinetes…
gritos sem eco nas vozes da omissão…
acenos sem resposta nos protocolos renegados…
e o poder dos maiorais contra tudo o que respira.

Deixaste ali teu heróico testemunho
teu seringal sagrado
teu rosto solidário.
Contigo… caiu o tronco ensangüentado…
Tua alma…teu nome…Chico Mendes,
sobrevivem em deslumbrante hiléia,
na invisível bandeira das espécies
e na memória da pátria agradecida.

Depois chegaste tu…Dorothy Stang…
estrangeira, franzina e destemida
desafiando víboras e chacais
e defendendo a floresta com a paz do nazareno.
Em Anapu ergueram teu calvário
mas hoje ergo aqui, no jardim humilde da poesia,
a tua estátua de missionária imperecível.

Amazônia… Amazônia…
Quantos ainda cairão para que sobrevivas?
Com que vozes cantaremos a esperança
enlutados pela ausência dos que ousaram manter suas denúncias?
quem te fará justiça?
quem suspenderá esse cerco que te aperta lentamente?
como conter teu holocausto
e a agonia silenciosa das espécies?

E eis porque canto o desencanto da árvore secular que tomba
e essa sinistra paisagem de troncos decepados…
E falo da imensa copa baqueada…
seus frutos, seus aromas
remédios e resinas,
seus colares e adereços…
Falo de samambaias e orquídeas
de cipós e de bromélias agonizantes.
De garras, patas e plumagens…
de berços destroçados, de ninhos mortos
e dessa maternidade em lágrimas.

Falo do patrimônio ambiental da pátria
da grilagem descarada
de negociatas e falsos documentos.
Falo da destruição diária e sorrateira
de pastagens criminosas
e de uma ingrata agricultura.
Falo da natureza usada e abandonada
de uma terra arrasada
e de um deserto verde que cresce…dia a dia.

Eis tu…e eu te chamo legião…
o mundo te observa e nos pergunta: por quê???
e todos nos perguntamos: até quando???
os que irão nascer perguntarão quem foste tu e por que tanto desamor…
os céus vigiam teus passos,
rastreiam teus crimes
e a tua sombra imensa que avança para o norte…
Sabem de ti o rei e os seus vassalos…
conhecem teus látegos de aço
tua tocha incendiária
teus cúmplices e tuas vítimas
tuas mãos manchadas com o sangue da floresta…
Somos os que te acusamos
nessas sementes queimando
nessas pétalas feridas
nesses pássaros sem ninho…
Somos os que assistimos, impotentes, esse indigesto banquete,
tua dieta vegetariana
e a euforia com que brindas o lucro e o bom negócio
nessa taça transbordante de cinzas, de sangue e de lágrimas…

Amazônia… Amazônia… sem lei, sem testemunhas…
e essa oficial improvidência…
Nada que te ampare…
nada..
Talvez um vento reverso
uma chuva perene que apague essa queimada.
Talvez um decreto impossível
uma lei implacável
a mão de Deus, quem sabe…
a espada da justiça pra sangrar os que te sangram…
algo que feche essa ferida
algo que estanque essa agonia.
Quem sabe, o refluxo imperdoável do teu próprio martírio…
uma malária cruel…
algo que empeste essa ganância…
antes… bem antes
que essa segunda geração de abutres choque também os seus filhotes.

(AMAZÔNIA poema de Manoel de Andrade; por Equipe Palavreiros da Hora)

Eu sou a floresta...


"Eu sou a floresta,
Eu sou antiga.
Eu entesouro o cervo,
Eu entesouro a corça.
Eu te abrigo da tempestade,
Eu te abrigo da neve.
Eu resisto ao gelo,
Eu mantenho a nascente.
Eu nutro a terra,
Eu sempre estou aqui.
Eu construo sua casa,
Eu acendo sua lareira.
Por isso vocês, pessoas,
Me consideram querida".

-Inscrição encontrada em uma casa na floresta do século XVII, na Baixa Saxônia, Alemanha

(tradução por Wallace William de Sousa)

14 de novembro de 2014

Dicas práticas para cuidar da Terra (por Leonardo Boff).


"Dois princípios são fundamentais na superação da atual crise pela qual passa o planeta Terra: 

A sustentabilidade e o cuidado. A sustentabilidade, assentada na razão analítica, tem a ver com tudo o que é necessário para garantir a vida e sua reprodução para as atuais e as futuras gerações.

O cuidado, fundado na razão sensível e cordial,refere-se aos comportamentos e às relações para com as pessoas e para com a natureza, marcadas pelo respeito à alteridade, pela amorosidade, pela cooperação, pela responsabilidade e pela renúncia a toda espécie de agressividade.

Articulando estes dois princípios, poderemos devolver equilíbrio e vitalidade à Terra.Oferecemos algumas sugestões práticas no sentido de cada um fazer a sua revolução molecular (Guatarri): aquela que começa pela própria pessoa, base para a grande virada de todo o sistema. Eis algumas:

- Alimente sempre a convicção e a esperança de que outra relação para com a Terra é possível, mais em harmonia com seus ciclos e respeitando os seus limites.

- Acredite que a crise ecológica não precisa se transformar numa tragédia, mas numa oportunidade de mudança para um outro tipo de sociedade mais respeitadora e includente.

- Dê centralidade ao coração, à sensibilidade, ao afeto, à compaixão e ao amor, pois são estas dimensões que nos mobilizam para salvar a Mãe Terra e seus ecossistemas.

- Reconheça que a Terra é viva, mas finita, semelhante a uma nave espacial, com recursos escassos e limitados.

- Resgate o princípio da re-ligação: todos os seres, especialmente, os vivos, são interdependentes, e por isso têm um destino comum. Devem conviver fraternalmente entre si.

- Valorize a biodiversidade e cada ser vivo ou inerte, pois tem valor em si mesmo independentemente do uso humano.

- Reconheça as virtualidades contidas no pequeno e no que vem de baixo, pois aí podem estar contidas soluções globais.

- Quando não encontrar uma solução, confie na imaginação criativa, pois ela esconde em si respostas surpreendentes.

-Tome a sério o fato de que para os problemas da Terra não há apenas uma solução, mas muitas que devem surgir do diálogo, das trocas e das complementaridades entre todos.

- Exercite o pensamento lateral, quer dizer, coloque-se no lugar do outro e tente ver com os olhos dele. Assim verá dimensões diferentes e complementares da realidade.

- Respeite as diferenças culturais (cultura camponesa, urbana, negra, indígena, masculina, feminina etc.), pois todas elas mostram formas diversas de ser humanos.

- Supere o pensamento único do saber dominante e valorize os saberes cotidianos, do povo, dos indígenas e dos camponeses porque corroboram na busca de soluções globais.

- Cobre que as práticas científicas sejam submetidas a critérios éticos, a fim de que as conquistas beneficiem mais à vida e à humanidade que ao mercado e ao lucro.

- Não deixe de valorizar a contribuição das mulheres, porque são portadoras naturais da lógica do complexidade e são mais sensíveis a tudo o que tem a ver com a vida.

- Faça um opção consciente por uma vida de simplicidade. que se contrapõe ao consumismo.

- Pode-se viver melhor com menos, dando mais importância ao ser que ao ter e ao parecer.

- Cultive os valores intangíveis, quer dizer, aqueles bens relacionados à espiritualidade, à gratuidade, à solidariedade, à cooperação e à beleza como os encontros pessoais, as trocas de experiências, o cultivo das artes especialmente da música.

Mais que parte do problema, considere-se parte de sua solução."

Vídeo "Ecologia integral"- Leonardo Boff
https://www.youtube.com/watch?v=aZd1CRpu67Q

23 de julho de 2014

Uma oração/hino à Lugh Samildanach

(imagem do "Llewellyn Tarot")

"É ele que vem no Leste
Com sua lança e escudo
Sua harpa e enxada
Sua coroa e palavra sábia
É Lugh das muitas batalhas
Lugh do braço forte
Lugh do rosto formoso
Lugh de todos os dons
Lugh, nosso rei bondoso
Filho do mar
Rei dos deuses
Guerreiro divino
Amigo dos druidas
Conselheiro do chefe
Com tua lança, protege-nos
Com tua luz, abençoa-nos
Com teu amor, nos guia
Com teu conhecimento, nos ilumina
Tua paz em nossa casa
Tua força em nossa tribo
Tua benção em nossa vida
Tua luz em meu caminho"


(Mayra Ní Brighid)



p.s.: prece para a ocasião do Lughnasadh.

Conheça mais sobre o festival de Lughnasadh no link: http://tirtairnge.blogspot.com.br/2012/08/lunastal_8587.html

8 de julho de 2014

4º Encontro de Paganismo de Rio Branco/AC


O que levar:
- canga para se sentar;
- copo de uso pessoal (evitaremos descartáveis);
- um lanche (ex: frutas, biscoitos, pães...) ou bebida não-alcoólica (ex: água, suco, iogurte, chá...) para o picnic;
- instrumentos musicais, se tiver (ex: violão, tambor, flauta...).

("Paganismo" refere-se ao conjunto de religiões, tradicionais ou renovadas, e tradições espirituais relacionadas às culturas e povos antigos).

23 de junho de 2014

Solstício

Desejamos a todos um feliz e abençoado Solstício...

... de Verão, para os que seguem a Roda Norte.


Ou de Inverno, para os que seguem a Roda Sul.





Prece à Áine*

Brilha, ó Áine, sobre nossas cabeças, brilha!

Ilumina ó Sol divino nossas vidas, ilumina!

Inunda de luz e amor nosso caminho,
Protege e abençoa nosso lar.
Traga-nos a paz e prosperidade,
A cura e a felicidade.

Teu poder sobre minha casa,
Tua proteção sobre meu clã,
Teu amor em meu coração,
Tua luz em minha oração.

Senhora radiante, flecha flamejante.
Afasta a escuridão e o frio,
Ilumina o caminho e nos traz a sabedoria.

Nesta noite e neste dia,
Que nenhum mal nos fira.
Neste inverno e neste verão,
Que eu siga com os Ancestrais e vossa proteção.



(por Mayra Ní Brighid)



*Prece para a ocasião do Solstício de Verão.

8 de maio de 2014

Clann an Samaúma


No dia 04 de maio de 2011, três pessoas (Mayra[Darona], Ana e Carlos) se reuniram numa pequena praça em Belém/PA com o objetivo de criar um grupo de estudos e práticas de druidismo e cultura celta. O grupo foi nomeado Nemeton Samaúma, “Bosque sagrado da Samaúma”. Entre paradas e retomadas, fins e recomeços, o grupo hoje retorna aos poucos suas atividades e completa 3 anos de existência, com novos membros (sendo um da antiga formação) e com uma nova (e ao mesmo tempo antiga) proposta. Com a inspiração dos Deuses e Ancestrais, a partir de hoje nosso grupo se chama Clann an Samaúma, “O Clã Samaúma” ou "Clã da Samaúma", pois é isso que queremos ser, é isso o que somos: um clã, uma família, uma tribo. Honrando sempre nossos ancestrais de alma, de sangue e da terra; e tendo a sagrada árvore Samaúma como nossa guardiã e matrona.

Possam os deuses nos abençoar,
Os antepassados nos guiar,
E os benditos espíritos locais nos proteger.

/|\

Darona Ní Brighid.

(04/05/2014 - em terras Akirianas).



20 de março de 2014

Equinócio


Seja Primavera ou seja Outono, o importante é honrar os Ancestrais. Celebre a Natureza! Viva a sua natureza!


(Darona Ní Brighid). 

5 de fevereiro de 2014

Na minha terra...

Na minha terra não tem Carvalho, mas tem Samaúma.
Na minha terra não tem Aveleira, mas tem Açaí.
Na minha terra não tem corvo, mas tem urubu e tem anu.
Na minha terra não tem cisne, mas tem garça.

Onde eu nasci não tem tinta azul.
Mas pra se pintar, usamos jenipapo e urucum.
Onde eu nasci não tem zimbro, mas tem breu e priprioca.
Onde eu nasci não faz frio,
Mas quando chove a gente deita na rede e se embala com a canção do vento e da chuva. E se der, ainda come uma tapioca.

Se isso me afasta do Druidismo ou dos Celtas antigos, eu vos digo: pelo contrário. Isso me aproxima deles e me religa ao que tem de mais sagrado: a Natureza.


Mayra (Darona) Ní Brighid.